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quinta-feira

Grudados ou apaixonados?


Quem é que não gosta de ser paparicado? Receber elogios, sentir-se amado, desejado...hum...coisa boa! Num início de relação muito mais pela novidade e explosão de sentimentos recém descobertos, dando uma euforia típica desse momento. E isso é muito natural e prazeroso. Mas, tudo tem a dose certa!

É como um doce que não pode passar do ponto. Porque demonstração de carinho em excesso esgota a paciência e azeda. E dá vontade mesmo de mandar flores, cartõezinhos, e-mails com emoticons, torpedos...Ligar toda hora pra saber como o amado está, só pra dizer ´te amo´, que está com saudade, falar das saudades do novo momento, usar e abusar.

Parodiando o velho ditado, carinho e canja de galinha não fazem mal a ninguém, não é mesmo? Depende. Porque realmente existem pessoas exageradas e parece que nasceram para grudar. Mas, até que ponto, homens e mulheres necessitam estar o tempo todo ao lado do parceiro, fazendo suas vontades, marcando presença. Esse comportamento pode ser considerado doentio ou são pessoas carentes?

Na verdade, eu não sei, porque é detestável rotular. Mas sem dúvida é alguém que não se basta!

Temos sempre o reforço da falsa idéia de que só é feliz quem é escolhido. Esse sim tem valores, qualidades e não é desprezado. Grande mentira! Salvas algumas exceções, as paixões só acontecem nos complementares.

Portanto, só se apaixona por mim quem reconhece minhas qualidades e se eu não souber quais são esses atributos e não mostrá-los ao mundo - muito menos pela beleza do que pelas atitudes - ninguém se apaixonará por mim e nenhuma relação será duradoura, destarte mil e uma demonstração de carinho.

Estou simplesmente dizendo que se eu não me suportar, isto é, não ser capaz de viver só, se eu existir apenas a partir do que significo para outra pessoa, não terei estofo suficiente para levar qualquer relação ao patamar de sua excelência. E isso é válido tanto para homens e mulheres.

Há ainda os casos de dependência ao extremo. Ou seja, o parceiro só faz algo se o outro acompanhar. Quem vive com alguém dependente pode ajudar o outro a perceber a importância de vivenciar a própria individualidade ao ter coragem de se mostrar sufocado.

Falo coragem, pois é muito confortável ter alguém reforce o tempo todo que tenho poder e precisa de mim. Mas esse sufoco vai dando sinais de perdas pessoais, como realizar seus próprios desejos, ter seus próprios amigos ou assistir ao filme que se tem vontade. Pois ser um manipulador de um indivíduo grude nos faz reféns de sua necessidade.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom.
Me ví nesse texto.
Pq será?????????
Amei.


Esmeralda Pontes.

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