Em uma carreata política via dezenas de pessoas defendendo o voto de seu vereador e prefeito, no meio do corre-corre, som de buzinas, carros de som e candidatos, estavam as crianças. Uma delas me pediu um santinho, e assim que dei, ela deu um pulo de felicidade e disse pro coleguinha:- Oba! Ganhei agora tenho mais candidatos que você. – baseado na brincadeira desse futuro eleitor será que a solução pra melhorar não seria podermos, entre outras coisas, votar em um grupo de vereadores? Isso mesmo, você poder votar em Chico, Antonio e João. Chico por pela honestidade, Antonio pela capacidade e João porque é seu vizinho. É que ás vezes nos falta opção, exemplo: Quando é honesto, é burro. Quando é capaz, é desonesto ou quando há um com ambos os requisitos, nosso vizinho mais querido se candidata e pede nosso apoio.
Continuei seguindo a carreata e percebi que enquanto alguns adultos quase se estranhavam defendendo suas agremiações partidárias, as crianças corriam felizes e achava tudo uma grande festa. Talvez elas estejam certas, o que os homens transformam num embate deferia ser uma festa. Festa da democracia, festa do respeito e acima de tudo a festa da renovação. Uma espécie de páscoa do poder.
Em estados como Sergipe, foi necessária a convocação de reforços policiais de outros estados, lembrando as discórdias de Pernambuco e Pará onde a política sempre foi extremamente sangrenta.
Tudo isso porque em invés da sede pra executar um bom trabalho, alguns querem executar os próprios colegas de trabalho na sede do poder.
Estamos na semana da criança e toda vez que vejo um menino como o da passeata ou outro rindo com algo bobo, olho correndo pra dentro de mim.
Tenho medo que a criança que carrego comigo, cresça e não me deixe escutar a música da vida, esse trem sem freios que passa por mim todo santo dia.
Por falar nisso como anda sua criança?
Roberto Kuelho é cantor , compositor e poeta.
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